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Freixeda do Torrão é uma localidade portuguesa do município de Figueira de Castelo Rodrigo, com 24,27 km² de área e 262 habitantes (2011). Densidade: 10,8 hab/km².
Foi sede de uma freguesia extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, para, em conjunto com Quintã de Pêro Martins e Penha de Águia, formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Freixeda do Torrão, Quintã de Pêro Martins e Penha de Águia da qual é a sede.
Muitas são, e foram, as conjecturas que a propósito da sua "génese", sem todavia se ter chegado a uma conclusão certa e definitiva. Sabe-se que, isso sim, que a região foi habitada por povos pré-históricos, embora a falta de documentos arqueológicos não permita ter uma maior informação sobre o desenvolvimento do seu passado pré-histórico.
O primeiro documento em que foi possível encontrar o nome da Freixeda do Torrão data de 1190. Ali é mencionada a "Granja da Fonte do Canto", no lugar de Freixeda do Torrão.
Um importante vestígio da ocupação romana é, de facto, a ponte que actualmente dá passagem sobre o ribeiro.
Da Guerra da Restauração (1640) podiam-se observar, até à bem pouco tempo, ruínas de um antigo forte, outrora designado por "Reduto", e que serviria para defender a urbe dos ataques espanhóis.
É neste século que, segundo um antigo semanário já extinto, "O Correio da Beira", a Freixeda do Torrão atinge o seu auge demográfico.
Numa das suas edições "O Correio da Beira" afirma mesmo que a "nossa" aldeia tinha recenseados 1250 habitantes. Admite-se agora que tal crescimento se deva ao perfil da terra, à mão de obra agrícola (que sempre existiu em grande número) e à abundância de água.
Foi já neste século que aqui se radicou um poderoso fidalgo, de nome Tomás Metello Nápoles Lemos. Terá sido ele que mandou edificar uma grande casa, e à qual chamamos, hoje em dia, de Solar dos Metellos. Na configuração do Solar há a registar ainda a existência de uma torre… a Torre do Solar dos Metellos e que ainda hoje existe, apesar das condições precárias em que se encontra. Outrora existiu também uma ligação entre a Torre e o Solar, que mais tarde, já na Segunda metade deste século viria a ser destruída. Talvez isso tenha contribuído, de forma significativa, para a degradação da referida Torre.
O poder deste fidalgo, Visconde, manifestou-se pelo domínio da maior parte dos terrenos agrícolas da localidade, e que se manteve durante várias gerações. Só com o emparcelamento é que este latifúndio se "desmoronou" e foi vendido a vários agricultores. Talvez tenha sido deste modo que a agricultura minifundiária se tenha desenvolvido.
Essencialmente rural, a Freixeda do Torrão tornou-se importante no aspecto agrícola, assim como todo o concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, o qual foi por alguns designado como sendo "o segundo celeiro de Portugal", surgindo logo depois do Alentejo.
Nessa altura a Freixeda do Torrão foi galardoada por diversas vezes com medalhas de ouro, e que foram atribuídas aos melhores agricultores do distrito da Guarda em virtude da sua produção de trigo e centeio.
Actualmente é, ainda, o sector primário que continua a ser o principal meio de subsistência da população, embora tenha surgido ultimamente alguma produção no sector secundário e mesmo terciário.
Hoje em dia a população da Freixeda do Torrão é bastante reduzida, e algo envelhecida, aguardando sempre com grande ansiedade a chegada das férias e das festas para poder ver regressar os "filhos da terra", que por diversos motivos, muitas vezes imperativos, tiveram que abandonar a sua "terra mãe"… a "nossa" Freixeda do Torrão. in jornal "O TORRÃO Ano 1 Nº01 de 17Dez98"